Flamingos-rosados em Lüderitz, Namíbia
© Karine Aigner/TANDEM Stills + Motio
Uma dança sobre as águas
Na costa atlântica da Namíbia, eles não estão só de passagem: assumem o território, se equilibrando perfeitamente em uma perna só. Na imagem do dia, flamingos-rosados colorem a paisagem árida de Lüderitz com suas pernas longas, bicos encurvados e quase 1,5 metro de altura. Também conhecidos como flamingos-comuns, são os maiores da espécie — e parecem saber disso.
O tom rosado vem da dieta: crustáceos, algas e pequenos invertebrados ricos em carotenoides, os mesmos pigmentos que tingem a cenoura. Quanto mais se alimentam, mais intensas ficam as penas. Em voo, deslizam em elegantes formações em V, percorrendo grandes distâncias em busca de áreas alagadas seguras para se alimentar e reproduzir.
E sabia que, embora pareça um espetáculo exclusivamente africano, cenas assim também se repetem no Brasil? Flamingos-americanos vivem no Norte e Nordeste, em lugares como o Amapá e o litoral baiano, enquanto o flamingo-chileno costuma visitar o Sul do país. Em salinas africanas ou manguezais tropicais, os flamingos conectam paisagens distantes com o mesmo balé cor-de-rosa que resiste, desliza e colore o mundo com delicadeza.