Gansos-patola mergulhando em busca de peixes, Ilhas Shetland, Escócia

Gansos-patola mergulhando em busca de peixes, Ilhas Shetland, Escócia

© Richard Shucksmith/Minden Picture

Plumas e profundezas

No Atlântico Norte, o ganso-patola transforma o céu em pista de voo e o mar em palco de acrobacias. Com quase um metro de comprimento, ele inicia seu ritual lá em cima: avista um cardume, dobra as asas junto ao corpo e despenca em queda livre. O mergulho é um espetáculo de física e biologia — o ganso atinge a água a cerca de 100 quilômetros por hora, suportando um impacto até 20 vezes maior que a força da gravidade, graças ao crânio reforçado e bolsas de ar que funcionam como amortecedores naturais. O bico corta a água como uma lança e, lá embaixo, a caçada segue: asas e pés palmados impulsionam o mergulhador por até 30 metros de profundidade.

No Atlântico Sul, o espetáculo ganha sotaque brasileiro: atobás-pardos riscam o litoral em mergulhos semelhantes, caçando peixes-voadores e lulas em bandos que acompanham barcos de pesca. Ganso-patola e atobás, parentes da família dos sulídeos, são mestres em transformar voo em mergulho e o mar em território de invenção. De penhascos gelados a praias tropicais, o oceano é sempre cenário de ousadia e engenhosidade selvagem.

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