Estátua do poeta Carlos Drummond de Andrade em Copacabana, Rio de Janeiro
© Bruno Martins/Alamy Stock Phot
O poeta do cotidiano
No meio do caminho tem uma estátua. Essa estátua do meio do caminho homenageia o jornalista, poeta, contista, cronista e (pasme!) farmacêutico, Carlos Drummond de Andrade. Mineiro de Itabira, Drummond nasceu nesse mesmo dia há 120 anos e nos deixou um legado inconfundível. Destaca-se, dentro de sua trajetória, o reconhecimento como um dos principais poetas da segunda geração do modernismo brasileiro, tendo fundado, inclusive, uma revista de divulgação do movimento. Sua associação com o modernismo se dá, coincidentemente, por seguir a libertação proposta por outros dois Andrades: Oswald e Mário.
A estátua de Carlos Drummond de Andrade, no calçadão de Copacabana, Rio de Janeiro, é feita de bronze e foi inaugurada em 30 de outubro de 2002. Pesando 150 kg, ela foi esculpida por outro mineiro, Leo Santana. Ela é parte de uma série de homenagens ao centenário do poeta que, apesar de ter nascido em Minas Gerais, passou boa parte de sua vida no Rio, lá tendo falecido em 17 de agosto de 1987.
Sua poesia retoma fatos e acontecimentos do cotidiano. No banco em que está "sentada" a sua estátua, pode-se ler a frase "No mar estava escrita uma cidade", referência talvez, aos fins de tarde que passava lendo no local. Outras obras famosas na área da poesia são "José", "Quadrilha" e "No meio do caminho". Pensando no seu modo de criar obras derivadas das coisas mais comuns do dia a dia, quem sabe essa pedra no meio do caminho era não uma metáfora para obstáculos da vida, mas simplesmente estava no famoso mosaico do calçadão? Jamais saberemos.