Fachada da Fundação Oswaldo Cruz, em Manguinhos, no Rio de Janeiro
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O pai da saúde pública no Brasil
Esse médico sanitarista, bacteriologista e epidemiologista teve papel preponderante no estudo das doenças tropicais e medicina experimental no Brasil. Oswaldo Cruz, pioneiro na área de microbiologia em terras brasileiras, buscou formas de combater as principais doenças que assolavam o Rio de Janeiro no início do século XX e ajudou a estabelecer a cultura de saúde pública no país. Ele lutou contra doenças como febre amarela, peste bubônica e varíola, adotando métodos sanitários considerados drásticos por seus pares à época. Hoje, sabe-se que seus métodos de investigação e controle eram, se não visionários, no mínimo ousados – e efetivos.
Muitos pensavam, naquele momento, que a febre amarela era transmitida pelo contato com roupas, suor, sangue e secreções de doentes. Já Oswaldo Cruz acreditava que a doença afetava os humanos por causa da picada de um mosquito. Ele passou a eliminar focos de insetos (inclusive nas casas da população), o que regou intensas reações contra seus métodos. A gota d’água foi quando, buscando combater a varíola, ele tentou promover uma vacinação em massa contra a doença, em 1904. A consequência foi a revolta da vacina: levante popular que durou cinco dias e acabou sendo derrotado pelo governo, que também suspendeu a vacinação obrigatória, que deu causa ao movimento. Quatro anos depois, quando houve um novo surto da doença, as pessoas passaram a procurar os postos de vacinação.